domingo, 22 de maio de 2011

Vamos discutir: Vídeo de professora indignada no YouTube!

Vejam este vídeo do youtube abaixo. Trata-se do depoimento de uma professora da rede pública do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel. É muito interessante! E nos remete a uma reflexão sobre a nossa prática dentro da sala de aula e principalmente dentro da sociedade.
Sociedade esta que espera que sejamos os "Salvadores da Pátria". Nos responsabilizando quanto aos fracassos e de forma alguma nos auxiliando com políticas públicas de melhores salários e melhores condições de trabalho.
No entanto, nos permitir cair no "pântano da queixa lamento" não é o suficiente para alcançarmos mudanças efetivas no campo educacional. Entre tantos supostos culpados - pais, professores, gestores, Estado - o mais prejudicado e o único que não pode ser responsabilizado é justamente o aluno. O que não podemos é nos esquecer do compromisso ético que assumimos como profissionais da educação (ainda que eu seja apenas uma estudante da área no momento). O que de forma alguma nos impede de continuar lutando pelos nossos ideais.
Este assunto pode e deve ser mais problematizado e discutido. Depende apenas de cada um de nós, vamos em frente.


domingo, 15 de maio de 2011

Morte: cessação da vida; subir no telhado; abotoar o paletó; ir para o andar de cima; bater as botas...



Muitos são os sinônimos para a tão temida palavra de apenas cinco letras, morte. Mas ainda assim, existe uma pergunta que não cala: "Por que?". Às vezes, essa é a pergunta mais dolorosa. As pessoas fazem essa pergunta com tristeza quando um desastre natural, doença ou crime tira a vida de alguém muito amado, causando um sofrimento indescritível. Naturalmente, a primeira reação desta notícia horrível talvez seja a negação: "Não pode ser! Eu não acredito!".

É normal ficarmos pesarosos e lamentarmos a morte de alguém. O pesar é expresso de maneiras diferentes em culturas diferentes. Algumas pessoas não conseguem chorar ou estão condicionadas a ocultar seus sentimentos.

Muitos religiosos possuem confortantes ideias sobre esse assunto. Algumas pessoas acreditam no Reino de Deus, numa terra paradisíaca. Outros no inferno ou no céu e um purgatório. Uns na vida após a morte, em uma espécie de ciclo de reencarnação. Determinadas tribos acreditam que as pessoas comuns, após a morte tornam-se fantasmas e as pessoas de destaque tornam-se espíritos ancestrais a serem honrados e invocados como líderes invisíveis da comunidade.

A morte é uma realidade que precisa ser enfrentada por todos nós, não importa qual seja a sua formação religiosa, espiritual ou cultural. Em 15 de maio de 2007, eu perdi uma amiga muito querida. Ela era linda, tinha apenas 24 anos de idade. Cursava faculdade e estava noiva, era uma garota incrível, com muitos planos para seu futuro.


Quase sempre nos falávamos por telefone. Morávamos perto, mas só nos víamos em datas comemorativas. Eu pensava que ela sempre seria minha amiga e que estaria sempre por perto. Nunca tínhamos tempo, por isso não fazíamos muita questão de encontros. Nós nos enganamos! Percebo o quanto ela me fez falta em alguns momentos. E o quanto ela me faz falta agora.


O velório dela conseguiu algo inacreditável, reunir todas as nossas amigas. Nenhuma festinha ou aniversário jamais tinha conseguido isso. Pena que um encontro tão esperado tenha sido em circunstância tão desastrosa.


Eu não consegui ficar até a hora do enterro. Acredito ser a hora mais difícil! Seria muito complicado para mim admitir a ausência permanente dela. E ver toda a sua beleza e amizade irem embora.


A morte de alguém tão jovem representa a perda de sonhos a respeito do futuro, de relacionamentos - com namorado ou marido, filhos, pais, velhos e novos amigos - de experiências... que ainda não usufruiu. E que nunca terá a oportunidade de concretizar.


Esta é apenas uma entre milhares de tragédias que assolam famílias por todo o mundo, todos os dias. O que mais me dói é saber que a falta que sinto dela não vai passar. Nem esses quatro anos que se passaram desde a sua morte me livraram da culpa de não estar mais presente em sua vida.

sábado, 14 de maio de 2011

Minha resposta de e-mail entre amigas

Um grupo de amigas e eu temos o costume de trocar mensagens de conforto. Este texto foi uma das primeiras mensagens que eu escrevi. Ainda que eu não disponibilize os e-mails anteriores será possível compreender todo o contexto. Para manter em sigilo a identidade das minhas amigas os nomes apresentados abaixo são fictícios:


Fiquei emocionada com o desabafo das minhas amigas Ana e Maria. No entanto, ainda que seja muito difícil, tento sempre focar nas coisas que realmente deram certo. Não nas que ainda têm que dar (no futuro) e muito menos nas que não deram certo (no passado).

Acredito que quando vivemos com o outro, marido, mãe, filho, alunos, amigos, etc., não podemos esperar que as coisas sejam do jeito que queremos. Cada um estabelece detalhes importantes como parâmetros de perfeição, e isso no final, altera o acontecimento que espererávamos que fosse perfeito, o "tem que dar certo".

Por exemplo, depois de um dia inteiro de trabalho exaustivo, a noite perfeita para mim, a mais detalhadamente esperada, a "tem que dar certo" é chegar em casa, tomar um banho em silêncio, ligar o ar condicionado e dormir sem ter que ligar o despertador. Porém, a noite "ter que dar certo" para o Elberth - meu marido - é chegar em casa, ligar uma musiquinha ambiente, esquentar algo para comermos, assistirmos tv, dormir (sem mais detalhes, rs) e me acordar com café na cama.

Nem tudo o que planejamos tem que dar certo. Às vezes, aproveitar o que o outro planeja é muito melhor. Mas só aproveitamos quando estamos dispostas a abrir mão das nossas vontades e a ouvir melhor. Por que não um meio termo? Por que não se permitir? Sem a culpa e sem a vitimação! E qnd der certo, sem a soberba do "eu faço dar certo". Tanto um qnt o outro é ruim!

Um dia descobri que uma amiga faltou o meu casamento pq ñ conseguiu ir ao salão fazer as unhas. A outra, pq ñ tinha roupa. Fiquei muito chateada pq a presença delas era o que mais importava para mim, mais do que unha feita ou roupa bonita. Mas entendi o ponto de vista delas. Quantas vezes deixamos de fazer algo bacana pq alguma coisa ñ tinha dado certo, do jeito como imaginávamos que daria? Quantas vezes não "tínhamos roupa"? No entanto, agora sei que estar na festa de uma amiga é mais importante do que estar de "unha feita".

Vamos nos cobrar menos e dizer mais sim para as coisas. Ñ podemos perder tempo - no sentido de que o tempo realmente passa - preocupadas com a perfeição. Desta forma nos culpamos e somos culpadas com as frustrações o tempo inteiro. Devemos fazer o melhor sempre, mas com a concepção de que somos passíveis de erros. Sempre penso em uma questão que li na disciplina de Avaliação: "o que sabe os que erram?".

Ñ escrevi este e-mail com a pretensão de compreender, julgar ou auxiliar ninguém. Escrevi apenas como um desabafo de uma mulher que planeja e espera coisas que nem sempre dão certo.

Abaixo, cito o trecho de uma música do Lulu Santos que gosto muito:
"Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim do que não, não não
Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Que não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir"
(Tempos Modernos - Lulu Santos)